segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ambições que não servem ao eleitor.

De que adianta um ex-vereador cujo potencial eleitoral se perdeu há muito tempo disputar uma vaga na Câmara dos Deputados? E o que dizer de pré-candidatos incapazes de inspirar ânimo e confiança daqueles que lhes são mais próximos, mas querem ser deputados estaduais?

A falta de noção dos próprios limites, aliada à ausência de discurso, poderiam explicar por que alguém com um mínimo de autoestima se dispõe a sofrer um anunciado vexame nas urnas.

Vai além. Num pleito no qual dificilmente alguém é eleito com menos de 60 mil ou 70 mil votos (o que depende de partido e coligação; às vezes, são necessários muito mais), conseguir uns 3 mil ou 4 mil sufrágios já serve para o candidato mostrar ao partido que ainda está vivo.

Tal prova de sobrevivência pode representar as possibilidades de alcançar um cargo público de confiança, indicar amigos e correligionários para vagas num governo, tornar-se uma das lideranças de seu partido.

Parte das campanhas eleitorais que virão aí é bancada com dinheiro do Fundo Partidário. Uma fonte de recursos parcialmente bancada pelo contribuinte, repassada aos partidos e destinada, inclusive, para propaganda política.
Em boa medida, um círculo vicioso para sustentar determinados privilégios. Talvez fosse necessário dar ao eleitor o poder de indicar quem deveria ter a honra de disputar seu voto — uma pré-eleição. Se ainda não fosse o ideal, tiraria do mapa certos aventureiros que não olham para os lados.

Voce concorda com a retirada do acesso à Ilha Porchat e construção de uma ponte?